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A M2 Artes Gráficas fez a apresentação do calendário 2018, uma peça que contou com as ilustrações de José Brandão e design de José Mendes. A produção é da gráfica, que apresentou o resultado aos clientes, parceiros e amigos, numa reunião informal que decorreu nas instalações sitas no Prior Velho, em Lisboa.
 

O calendário nasce a partir de ilustrações feitas à pena, em 1975, que ganham agora cor e nova vida. Na peça, a M2, em colaboração com o designer José Mendes, responsável pela comunicação visual da gráfica, faz a homenagem à veia de artista plástico, a faceta menos conhecida do designer José Brandão.  “Na verdade, passados estes anos de convivência, eu tenho, pelo professor Brandão, um carinho e consideração que se tem por alguém que nos ajuda a descobrir o caminho, mesmo que esse caminho seja trilhado com alguma exigência” explica José Martins, que conta que a colaboração já tem 28 anos, desde a altura da fundação da M2.

José Martins explicou também o porquê de continuar a apostar numa relação próxima com a comunidade criativa: “Pensamos também que nos diferenciamos no mercado pela ligação que sempre tivemos com os designers e criativos. A nossa perceção é a de que sendo os criativos os primeiros da fila da comunicação, seria um erro não estar ao seu dispor e servi-los o melhor possível”. Algo que nem sempre é fácil e é feito por “tentativa e erro” que também ajuda na aprendizagem e resolução de problemas.

Os tempos mudam e a M2 percebe que tem que se adaptar. “Hoje em dia, o mais importante não é ter máquinas sempre a trabalhar, mas resolver a necessidade do cliente em tempo útil. Pensamos que continua a haver necessidade de gráficas, talvez menos e diferentes… e mais especializadas” explica Martins.
 
 
Mendes, Martins e Brandão
 
 

José Brandão


José Brandão nasceu em Nova Iorque, a 6 de abril de 1944. Em 1960, ingressou no curso de Pintura da Escola Superior de Belas Artes da Universidade de Lisboa e, em 1964, começou a trabalhar no atelier de Daciano da Costa, onde permaneceu até 1966. Passou por Paris e Londres antes de regressar a Portugal, após a revolução de 1974, onde iniciou a sua atividade como independente.
 
Em 1976 é um dos fundadores da Associação Portuguesa de Designers e, em 1982 cria, em conjunto com a esposa e também designer Sallete Brandão, o atelier B2, em Lisboa.
 
Entre as suas obras mais conhecidas estão várias capas de discos para Zeca Afonso, Sérgio Godinho e Fausto, assim como trabalhos para a Presidência da República, o Ministério da Educação, a Secretaria e o Ministério da Cultura, a Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva, a Fundação Luso-Americana, a Fundação Oriente, os CTT Correios de Portugal, a Portugal Telecom, o Banco de Portugal e a Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses. 
 
Já foi galardoado por diversas vezes e, durante 40 anos, dedicou-se à atividade académica, tendo sido um pilar para a consolidação do ensino do design em Portugal.