Mário, Bárbara e Vitor
 
Reportagem publicada na revista doPAPEL #356
 
A propósito do Antalis Interior Design Award, a doPAPEL falou com a Kromaprint, vencedora do prémio na categoria International Hotel Chain Bedrooms. A empresa, que acabou de passar por um processo de fusão, vai dar agora o nome ao segmento de decoração de interiores, como parte integral da InPressionante.

O processo é recente e ainda está a decorrer. A Kromaprint, que começou a sua atividade na área da fotografia, ainda antes de entrar no mundo da impressão, vai fazer parte da família InPressionante, com sede em Rio de Mouro. “Nós tínhamos um atelier e desenvolvíamos diversos tipos de trabalhos, e também já trabalhávamos com a InPressionante. Com os novos desafios, o Mário acabou por nos convidar a vir para aqui, e a Kromaprint torna-se numa marca de decoração da InPressionante. Neste momento estamos numa fase nova, de construção”, explica Vitor Bastos, comercial e responsável de desenvolvimento da marca Kromaprint.

O interesse por parte da InPressionante está na diversificação, explica Mário Martins, proprietário e diretor geral da empresa: “Acabamos por fugir à guerra do quilómetro. É uma área com uma maior margem para pensar e montar o trabalho e temos que diversificar. Existem muitas casas desta área, de artes gráficas, especificamente na impressão digital, em especial na zona centro do país, e a guerra é muito forte: guerra de preços, de stress, de timings. Não descurando os desafios do dia-a-dia, queremos ter áreas alternativas, que são mais ponderadas e que são desafios mais interessantes”.

A decoração de interiores tem muito potencial, mas ainda há muito caminho a desbravar. “As pessoas não têm a noção da diversidade do que é possível fazer. Por exemplo, almofadas para o sofá personalizadas com algo que se goste. É super simples e muito mais económico do que estar a comprar numa casa de tecidos. E é personalizado…tudo é possível!”, explica Mário.
 
Artista Carlos Teixeira

“O core business da InPressionante é o grande formato, o médio formato e o pequeno formato. Nós fazemos tudo, desde o simples roll-up até à decoração na parede da loja, do ponto de venda e a decoração integral de um espaço que vai abrir” comenta Mário. E acrescenta: “No dia-a-dia nós tentamos ter trabalhos diversos em termos de resposta e de produção. Se conseguimos ir buscar trabalhos que no passado estavam no offset e na serigrafia é porque temos uma grande qualidade de impressão. Neste momento, a nível de impressão digital, em termos de substratos, todos os dias aparecem coisas novas e conseguimos dar soluções giras para fazer essas decorações e nós agarramos. Isto da decoração é um nicho e surge numa conversa de fornecedor, que nós éramos para o Vítor. Dissemos: vamos tornar ambas as empresas mais fortes! Nós damos a capacidade de produção, e alguma capacidade de montagem e implementação, e eles dão-nos a capacidade criativa, os clientes que já têm, e nós vemos onde é que podemos complementar mais um bocadinho”.

A InPressionante tem a capacidade produtiva, graças ao parque de máquinas que foi construindo do longo dos tempos. A Kromaprint traz a experiência na área. “Nós fazemos projetos chave-na-mão. Um aspeto muito importante, e que nos distinguiu da maior parte das empresas que estão nesta área de negócio, foi que entrámos na decoração e fizemos algumas parcerias com alguns artistas plásticos. Tínhamos alguns clientes que queriam uma decoração de acordo com uma determinada ideia, mas queriam que fosse algo único”, explica Vítor Bastos. Exemplo disso são alguns trabalhos que realizaram com a artista brasileira Maureen Miranda, em que algumas instalações são peças únicas e outras são parte de séries limitadas e numeradas. Um modelo de negócio que replicaram com outros artistas plásticos.
 

Quanto mais cedo melhor

 
A fase em que entram num determinado projeto também pode ser vital. “O grande desafio é explicar às pessoas que podem ter um produto exclusivo, diferenciado, que estamos a utilizar materiais de primeira linha, materiais nobres. Mas o orçamento é sempre algo importante”, explica Vítor.
 
Mário acrescenta que “há uma panóplia enorme de tecidos que o mercado português ainda não utiliza, por motivos económicos, porque a tela e o vinil são sempre mais baratos e a guerra do preço acaba por se refletir na escolha dos materiais. Mas há tecidos para impressão por sublimação, que podem ser lavados várias vezes, para a impressão de sofás, impressão de cadeiras, cortinados… enfim, é mais aliciante para a arquitetura de interiores do que ir a uma loja de tecidos, porque se pode ter um símbolo, um desenho ou uma fotografia e transformá-lo em mobiliário…quer seja num escritório, num hotel ou mesmo em casa”.

A fase em que são consultados para fazer parte de um projeto de decoração é, por isso, muito importante. “Se mostrarmos a capacidade do nosso projeto intervir no projeto dos clientes, numa fase prematura, não há um custo acrescido. É totalmente diferente do que chegar a um local que já está instalado e fazer contas para renovar tudo. Mas se for numa fase embrionária dá perfeitamente para lhes dizer: Atenção, nós podemos fazer isto ou aquilo!”, diz Mário.

A InPressionante tem uma equipa jovem de 27 pessoas, a trabalhar a dois turnos. “Temos pessoas muito capazes e a InPressionante cresceu muito nos últimos anos e é isso que queremos… que a InPressionante esteja na vanguarda do mundo, sempre com as melhores respostas” comenta Bárbara Trindade, responsável dos Recursos Humanos na InPressionante.
 
International Hotel Chain Bedrooms
 
Reconhecimento Internacional
A Kromaprint participou no Antalis Interior Design Award r foi a vencedora na categoria International Hotel Chain Bedrooms. “Esse projeto foi muito desafiante porque tínhamos que decorar um hotel no México e a ideia foi levar o mar para dentro do próprio hotel.  A Antalis foi determinante na descoberta do suporte, pois tem um grande leque de papéis e o cliente procurava um papel com uma determinada textura e nós conseguimos encontrá-la. Fizemos uma produção gigante de quase cinco mil imagens, que foram todas montadas, emolduradas e embaladas em Portugal, e enviadas por contentor para o México” conta Vitor Bastos. “Na área da decoração nem sempre conseguimos, nos fornecedores habituais, encontrar o que necessitamos. As empresas nem sempre fazem stock das coisas que saem pouco e muitas vezes essas são as mais giras”, adianta.