florestas verdesDurante o encontro Balcão da Conta Florestal ‐ Financiamento, Risco e Captação de investimento para a Floresta foram identificados quatro factores com impacto no sector. São eles a falta de gestão profissional generalizada no sector florestal, a atomização das propriedades e dos projetos, os riscos associados e os prazos de retorno envolvidos. O encontro, organizado pela AIFF – Associação para a Competitividade da Indústria da Fileira Florestal pretendeu debater soluções. Como tornar o investimento mais atrativo para o proprietário florestal, como facilitar o acesso ao crédito, e como obviar os riscos associados a este investimento ‐ sejam incêndios, pragas ou doenças ‐ foram as questões a que os diferentes painéis tentaram responder.

“O mais importante é que existe a possibilidade de melhorar muito o incentivo ao investimento na floresta, através, por exemplo, da certificação da gestão florestal que reflete uma forma profissional de encarar a floresta, da criação de seguros florestais, da redução do risco de pragas, doenças e de incêndios. É essencial incentivar o investimento privado”, diz o presidente da AIFF, João Ferreira do Amaral. Existem constrangimentos à captação do investimento privado e do financiamento por parte da banca. É o caso da estrutura das propriedades e do tempo envolvido no retorno deste tipo de investimento, que é necessariamente de longo prazo. Há também riscos envolvidos: para além dos incêndios e pragas, a ausência profissionalizada da gestão, e até os seguros ou a falta deles.

As quatro premissas – dimensão das propriedades, profissionalização da gestão florestal, a sua certificação e a concentração da oferta - , podem e devem encontrar soluções mais adequadas para garantir o retorno em diferentes prazos, referiram os participantes.

Isto porque os seguros florestais têm risco relativamente alto e consequentemente os prémios apresentam valores elevados: a segurabilidade depende de condições de controlo e disciplina dos produtores, e do conhecimento integrado das condições de risco. Por outro lado, o aspeto mutualista dos seguros cresce com dimensão: se é difícil para um privado encontrar um seguro adequado, está em associações e cooperativas a força capaz de ajudar a mitigar o risco associado a este sector. Por outro lado e por fim, Luís Valente de Oliveira, da Associação Empresarial de Portugal, aponta ainda a necessidade de um estatuto fiscal especial para uma gestão florestal de longo prazo– e que se olhe para a floresta como fonte de riqueza.