O negócio de papel ficou também marcado pela melhoria progressiva das condições de mercado, com um fortalecimento significativo de encomendas na Europa. O grupo implementou dois aumentos de preços ao longo do semestre, registando uma melhoria nos seus preços médios entre Dezembro de 2016 e Junho de 2017 de cerca de 3,3%.
O volume de vendas totalizou 772 mil toneladas de papel UWF, aumentando significativamente as vendas entre o primeiro e o segundo trimestre e ficando em linha com o volume de vendas no primeiro semestre de 2016. Em termos de valor, as vendas de papel situaram-se em € 584,2 milhões, que comparam com € 604,3 milhões no semestre homólogo. Houve uma melhoria registada no mix de produtos vendidos, tendo as vendas do segmento premium aumentado 2,4% em termos homólogos.
No primeiro semestre de 2017, o valor das vendas de energia eléctrica registou um aumento de 23% face ao primeiro semestre de 2016, refletindo o normal regime de operação das cogerações renováveis de Cacia e Setúbal.
A produção bruta total de energia elétrica registou um aumento de 8,7% no primeiro semestre de 2017 face a igual período em 2016, com destaque para o aumento de produção da cogeração renovável da fábrica de pasta de Cacia (+44,8%) e da cogeração renovável da fábrica de pasta de Setúbal (+52,3%).
As centrais termoeléctricas a biomassa de Cacia e Setúbal, exclusivamente dedicadas à venda de energia elétrica à rede nacional, registaram também um bom desempenho, com um aumento de produção bruta de 6,5% e 9,1%, respectivamente.
Na sua atividade de produção de pellets nos Estados Unidos, o grupo registou em 2017 as suas primeiras vendas, tendo atingido um volume de 65 mil toneladas até ao final do primeiro semestre, com um valor de vendas de cerca de € 7,4 milhões.
A fábrica encontra-se ainda em fase de arranque, tendo encontrado alguns problemas iniciais na produção e comercialização das pellets. O grupo decidiu reconhecer estes impactos nas suas contas durante o primeiro semestre de atividade e contabilizou um montante de cerca de € 2,0 milhões em custos não recorrentes e extraordinários, sendo que a contribuição deste negócio para o EBITDA é ainda negativa.
O EBITDA registado situou-se em € 198,4 milhões, 1,6% acima do valor registado no ano anterior e refletindo uma margem EBITDA/Vendas de 24,4%. Ao longo do semestre, o Grupo continuou a trabalhar na redução global dos seus custos e no aumento de produtividade.
O número de iniciativas agregadas no programa M2 foi aumentado e foi possível reduzir diversas rúbricas de custos, com um impacto estimado no EBITDA de cerca de € 10 milhões. Destacam-se os impactos positivos das iniciativas nas compras de energia (€ 1,9 milhões), compras de embalagens (€ 1,5 milhões) e na logística de expedição (€ 0,8 milhões).
Relativamente à evolução do custo da matéria-prima, o grupo registou uma melhoria no valor global do custo de produção, possibilitada pela redução no custo médio de aquisição de madeira, que compensou a deterioração verificada no consumo específico, devido à utilização de madeira proveniente de origens com menor performance industrial.
Em termos de impacto dos incêndios florestais ocorridos em Junho nos concelhos de Pedrógão Grande, Góis e Sertã, as estimativas apontam para uma dimensão da área ardida de cerca de 50 mil hectares, situando-se em cerca de 800 hectares a área ardida da Navigator. Embora o impacto directo deste incêndio nas matas do grupo tenha sido reduzido, vários fornecedores nacionais foram afetados, sendo ainda difícil estimar o possível impacto destes incêndios em anos futuros. De qualquer forma, não se antecipam neste momento quaisquer riscos no fornecimento de madeira às unidades fabris do Grupo.