A maioria dos millennials acredita que o setor privado (45%) e o governo (28%) são os agentes com maior capacidade de influência na sociedade, sendo que apenas 26% dos inquiridos considera que os seus líderes estão empenhados em melhorar a sociedade, com 53% a afirmar que as empresas não têm ambições para além do lucro e 82% a defender que as empresas se centram nos seus objetivos em vez de considerar a sociedade. Pouco mais de metade dos millennials (53%) reconhece que as empresas atuam em conformidade com os princípios éticos.
 
“Os millennials encaram as organizações como catalisadores de mudança na sociedade, mas consideram que os seus líderes não estão empenhados em usar o seu poder para a melhorar. Este gap torna-se mais relevante quando ficamos a saber que 90% dos inquiridos consideram os princípios éticos e os compromissos da empresa com os valores sociais (86%) serem importantes ou muito importantes na hora de selecionarem uma empresa para trabalhar. Duas potenciais causas para os millennials quererem ficar pouco tempo nas empresas onde estão atualmente, podem ser a ausência explícita de um propósito da empresa que vá além do lucro e a gestão focada exclusivamente nos fatores financeiros. Os millennials esperam que as empresas do futuro consigam ir para além do lucro e que assumam um compromisso evidente com o seu propósito na sociedade, que são premissas defendidas desde sempre pelo BCSD” Sofia Santos, secretária geral do BCSD Portugal.
 
Sobre o estudo

O estudo “Millennials @ Work: expetativas sobre as empresas e lideranças em Portugal” procura conhecer a visão e as expetativas dos millennials a trabalhar em Portugal relativamente às organizações, constituindo-se como uma base de trabalho para as empresas que pretendem ajustar as suas políticas e práticas de gestão de pessoas. Pretende perceber também as aspirações dos millennials para cargos de liderança e o seu nível de satisfação com as oportunidades de crescimento e desenvolvimento que lhes são facultadas, as condições de trabalho e a conduta das empresas. O estudo analisa ainda a forma como esta geração se relaciona com os temas da sustentabilidade e da ética.