As vendas consolidadas do Grupo Portucel em 2013 totalizaram € 1 530,6 milhões em 2013, cerca de € 29 milhões acima do valor registado em 2012. Este aumento deveu-se, por um lado, ao contributo positivo do negócio da pasta e, por outro, ao desempenho da área de energia. Importa salientar, no entanto, que, em 2013, as vendas de energia estão positivamente influenciadas pela consolidação integral da Soporgen, empresa de cogeração de gás natural no complexo industrial da Figueira da Foz.

PS Complexo-Indústrial-de-Setúbal

Na pasta BEKP, o Grupo conseguiu atingir um crescimento de cerca de 13% nos seus volumes de venda. A produção aumentou cerca de 4% face ao ano anterior, devido essencialmente à maior disponibilidade de pasta proveniente das fábricas do Grupo, em particular da fábrica de Cacia, onde não foi necessário efectuar a paragem de manutenção e foi possível registar ganhos significativos de eficiência, com o consequente aumento da produção. Não obstante o índice de referência do PIX, FOEX BHKP em euros, ter registado uma subida de cerca de 2%, o preço médio de venda do Grupo ficou abaixo do preço registado em 2012, em resultado da maior agressividade comercial sentida no mercado internacional e do acréscimo de vendas denominadas em USD para mercados fora da Europa.

No negócio de papel UWF, o Grupo registou um acréscimo de 0,2% no seu volume de vendas, apesar do preço de papel ter registado um decréscimo. Importa salientar que o ano ficou marcado pelas difíceis condições no mercado de papel, já que a débil situação económica e a manutenção do índice de desemprego em níveis elevados na Europa tiveram reflexos negativos no consumo. Assim, apesar do bom desempenho ao nível dos volumes, as vendas de papel em valor ficaram cerca de 4% aquém do valor registado em 2012. A redução no preço médio é essencialmente explicada por três factores: a deterioração do preço de referência no mercado Europeu (o índice PIX recuou 1,9% face a período homólogo), a variação cambial adversa e o mix geográfico de vendas do Grupo.


Na área de energia, a produção bruta de energia eléctrica situou-se em cerca de 2.300 MWh, o que representa um incremento de mais de 25%. Tal como já referido, este valor não é comparável com o do ano anterior, já que inclui a totalidade da produção da Soporgen. As vendas de energia reflectem também esta consolidação e totalizaram cerca de 2 100 Mwh.

Os custos de produção foram negativamente influenciados pelo preço da madeira e pelo preço de compra da eletricidade e do gás natural.

Neste enquadramento, o EBITDA consolidado em 2013 foi de € 350,5 milhões, o que representa uma redução de 9,1% relativamente a 2012 e traduz uma margem EBITDA / Vendas de 22,9%, inferior em 2,8 pontos percentuais à registada no ano anterior.

Os resultados operacionais situaram-se em € 233,7 milhões, menos 18,3% que no ano anterior. Importa referir que, no ano de 2012, os resultados operacionais foram positivamente influenciados pela reversão de provisões num montante de cerca de € 15 milhões, enquanto que, em 2013, foram constituídas provisões de € 14 milhões.

Os resultados financeiros apresentam uma evolução favorável, situando-se no final do ano num valor negativo de € 14,1 milhões, comparando com um valor também negativo de € 16,3 milhões em 2012. Os resultados financeiros em 2013 foram beneficiados em € 8,7 milhões devido à anulação de juros compensatórios de igual montante, decorrente do programa de regularização de dívidas fiscais.

O resultado líquido consolidado do período situou-se em € 210 milhões, em linha com o resultado de € 211 milhões obtidos no ano de 2012. O resultado líquido foi positivamente influenciado pelos benefícios fiscais associados a investimentos realizados e pela anulação de um conjunto de provisões registadas em exercícios anteriores nos impostos a pagar, por terem deixado de se verificar os riscos que tinham determinado a sua constituição. Adicionalmente, o resultado líquido reflecte uma taxa efectiva de imposto inferior à taxa nominal, uma vez que incorpora, em 2013, o impacto em impostos diferidos da redução da taxa de IRC prevista a partir de 2014.