A 22 de dezembro, na livraria Ler Devagar, na Lx Factory, em Lisboa, a Imprensa Nacional – Casa da Moeda vai lançar o diário fotográfico “365 Dias que Mudaram as Nossas Vidas”, de Clara Azevedo, com apresentação de Rita Redshoes.

Clara Azevedo nasceu em Lisboa, estudou Design no IADE – Creative University e Fotografia no AR.CO e foi fotojornalista no jornal Expresso. A partir de 1995 inicia um percurso como fotógrafa independente, tendo desenvolvido vários projetos pessoais que deram origem a 12 livros. Está representada em várias coleções públicas e particulares. Desde 2016 é fotógrafa oficial do Primeiro-Ministro António Costa.

Capa 365 dias que mudaram as nossas vidas

“Quando nos despedimos de 2019 com abraços e sorrisos, e desejámos Feliz Ano Novo, nada faria supor que esse seria o ano mais improvável das nossas vidas. Estávamos a poucos dias da primavera, quando o País entrou em modo «pausa», consequência de um vírus que parecia tão distante.

No dia 18 de março de 2020 decidi fazer um diário, que seria a minha ligação à nova realidade, partilhada no Instagram. A terapia para os dias da pandemia era a fotografia, memória e documento. Vivi a incerteza de cada dia, na rua, em casa, no meu trabalho. Tudo fechou, mesmo o espaço aéreo. Percorrer a Avenida da Liberdade, em Lisboa, sem ver um carro ou encontrar alguém era quase impensável, mas real. A cidade estava adormecida, em silêncio absoluto. Ouvia o vento e os pássaros, que desconheciam esta paragem do tempo. Gestos simples eram ruído, cada disparo das minhas máquinas fotográficas era perturbador. Pensei como seria perfeito se as fotografias tivessem som… registassem o silêncio. Pela primeira vez passei a Páscoa sozinha, as conversas virtuais diluíam a distância e o isolamento. Ir à praia no verão trouxe um novo dress code obrigatório: fato-de-banho e máscara. No Natal senti saudades ainda mais intensas dos abraços, de tocar, de estar perto da família e dos amigos, sem condicionamentos.

Passou um ano, as fotografias deste diário são o meu estado de alma, quer estivesse a fotografar o Primeiro-Ministro no seu dia-a-dia ou a registar o que acontecia à minha volta. Guardei a memória desses 12 meses numa pasta a que dei o nome 365 – não é um código, mas sim um reminder de um tempo recente que mudou as nossas vidas… para sempre”, escreveu a autora.

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