O Governo Português deseja implementar uma licença de trabalho parcial remunerada para pais e mães de crianças no seu primeiro ano de vida, como parte do programa de conciliação da vida profissional, familiar e pessoal.

A medida foi apresentada aos parceiros sociais numa reunião do grupo de trabalho, criado no âmbito da concertação social, para a conciliação entre trabalho a vida pessoal e familiar, pela Ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva.

A Yoopies, plataforma de cuidados infantis na Europa, em colaboração com o LabRh, fez uma pesquisa que confirma a necessidade de uma medida como a proposta pelo governo.

O estudo, que envolveu 1322 trabalhadores, de ambos os sexos e pertencentes a diferentes setores profissionais e faixas etárias, analisa como  a pressão psicológica dada a sobrecarga de responsabilidades domésticas, familiares e pessoais - afecta a vida profissional.

A pesquisa mostra que 94% dos trabalhadores entrevistados estão a gerir algum aspeto da vida privada no horário de trabalho e que 78% dos assuntos geridos estão relacionados aos filhos.

Entre a gestão de serviços dedicados às crianças e que consomem imenso tempo dos pais trabalhadores, destacam-se os seguintes aspetos:

  • 74% procuram por prestadores de cuidados infantis e escolas
  • 66% interagem com as amas e babysitters
  • 62% administram assuntos relacionados a doenças, acidentes ou emergências
  • 52% realizam tarefas administrativas
  • 44% organizam as férias
  • 38% organizam actividades extracurriculares

Dos funcionários entrevistados pela Yoopies, 87% dizem que sofrem consequências ao gerir os aspectos pessoais no ambiente de trabalho e sinalizam que sofrem de stress, maior cansaço e menor motivação: 67% dos empregados acreditam que os problemas pessoais afetam a eficiência e a produtividade no trabalho, 44%  dos funcionários já atrasaram a conclusão de um trabalho devido  a um problema pessoal e 29% acredita que a gestão de assuntos pessoais interfere negativamente no desenvolvimento profissional.

Atualmente, a licença parental exclusiva da mãe, de gozo obrigatório, é de seis semanas consecutivas após o parto, enquanto a licença parental inicial é de 120, 150 ou 180 dias consecutivos.

A situação alerta para o esgotamento diário como um dos efeitos do absentismo no trabalho e pode ter uma influência negativa nas taxas de natalidade e divórcio, além de representar um obstáculo para o avanço e evolução da carreira profissional das mulheres.

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