As insolvências aumentaram 33% no primeiro trimestre de 2021 em comparação com o mesmo período de 2020, e as constituições de empresas diminuíram quase 18%, revela a Iberinform, empresa do grupo Crédito y Caución.


No primeiro trimestre deste ano foram registadas 1.579 insolvências, mais 33% que em igual período do ano passado, valor mais elevado do primeiro trimestre dos últimos três anos. Apenas em março, foram apuradas 560 insolvências, valor que traduz um aumento de 67% face a 2020, e que se fica a dever ao encerramento dos processos. Contudo, em março do ano passado Portugal iniciava o seu primeiro confinamento no quadro da pandemia de COVID-19, facto que condiciona a análise comparativa dos dados mensais.

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De janeiro a março de 2021 foi declarado o encerramento de 900 empresas, mais 223 do que no ano passado. As declarações de insolvência requeridas por terceiros aumentaram 72% no trimestre, atingindo um total de 369 pedidos, enquanto as declarações de insolvência apresentadas pelas próprias empresas subiram de 276 em 2020 para 297 (+7,6%). Os encerramentos com plano de insolvência baixaram de 18 para 13 em 2021 (-28%).


Lisboa (359) e Porto (388) são os distritos com maior número de insolvências. Face a 2020, verifica-se um aumento de 52,8% para Lisboa e de 28,5% no Porto. Outros distritos que se destacam são Vila Real (+ 325%), Guarda (+180%), Portalegre (+116,7%), Setúbal (+97,8%), Coimbra (+61,3%), Beja (+60%) ou Castelo Branco (+60%).


Na Madeira, o aumento no trimestre foi de 36,7%. Nos Açores, Ponta Delgada registou uma subida 62,5% face a 2020, enquanto Angra do Heroísmo teve um decréscimo de 57,1% no comparativo do trimestre. As insolvências diminuíram, ainda, em cinco distritos de Portugal continental: Bragança (-57,1%), Faro (-23,2%), Évora (-16,7%), Santarém (-13,5%) e Leiria (-9,8%).

Até final de março de 2021, houve aumentos nas insolvências em todos os setores de atividade, exceto na Agricultura, Caça e Pesca (-6,95%) e na Indústria Extrativa que se apresentou estável (quatro insolvências em cada ano), a saber: Eletricidade, Gás, Água (+200%), Telecomunicações (+200%), Hotelaria e Restauração (+124,4%), Comércio de Veículos (+74,2%), Comércio por Grosso (+29,8%), Outros Serviços (+28,5%), Construção e Obras Públicas (+28,2%), Comércio a Retalho (+23,2%), Indústria Transformadora (+20,5%) e Transportes (+12,7%).

Constituições também diminuem no trimestre


As Constituições aumentaram em março de 2021, passando de 2490 em 2020 para 3.398 (+36,5%). No entanto, verifica-se um decréscimo de 17,8% face ao período homólogo de 2020.


O número de constituições mais significativo verifica-se em Lisboa, com 2755 novas empresas, seguido pelo Porto com 1.942, ainda que a variação seja negativa face a 2020, de 30,3% na capital e de 11,2% na cidade invicta.


Os aumentos mais significativos nas constituições pertencem aos distritos de Bragança (+50,5%), Horta (+42,9%), Angra do Heroísmo (+12,9%) e Leiria (+1,9%). Os decréscimos face ao primeiro trimestre de 2020 registam-se nos distritos de: Vila Real (-31,5%), Faro (-31,1%), Coimbra (-25,9%), Setúbal (-23%), Ponta Delgada (-15,7%), Aveiro (-15,3%), Castelo Branco (-14,3%), Portalegre (-13,3%) e Guarda (-12,8%).


Por atividades, regista-se um aumento na constituição de novas empresas na Indústria Extrativa (+60%), Comércio a Retalho (+19,8%), Agricultura, Caça e Pesca (+16,4%) e Telecomunicações (+8%). Os decréscimos verificam-se nas atividades de Transportes (-63,2%), Hotelaria/Restauração (-40,7%), Eletricidade, Gás, Água (-38,5%), Comércio de Veículos (-22,5%), Outros Serviços (-16,7%), Comércio por Grosso (-9,8%), Indústria Transformadora (-8,5%) e no setor da Construção e Obras Públicas (-8,4%).

A Iberinform é a filial da Crédito y Caución que oferece soluções de gestão de clientes para as áreas financeiras, de marketing e internacional. Fornece bases de dados para a identificação de novos clientes e ferramentas que facilitam a gestão de riscos, a análise e acompanhamento de clientes ou setores.