A Universia, a rede de universidades presente em 23 países ibero-americanos, e o Trabalhando.com, uma comunidade laboral formada por uma rede de sites associados lançaram o quinto inquérito de emprego de 2013. Trata-se de um estudo realizado com o objectivo de conhecer as impressões dos universitários em relação à formação e trabalho.

O estudo revela que 78% dos trabalhadores não tem um plano de evolução profissional definido com o seu chefe. Note-se que 48,1% dos inquiridos trabalha actualmente, entre os quais 87,4% trabalha sob dependência hierárquica.

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Quanto ao grau de satisfação relativo à formação dada pela empresa, o cenário divide-se. Por um lado, 84% considera que aprende profissionalmente com o ritmo de actividade da empresa onde trabalha. Por essa razão, 30% desse grupo mostra-se satisfeito com a formação recebida. No entanto, 16,3% indica o contrário, razão pela qual 28% dos inquiridos se revela insatisfeito.

Outra das questões recorrentes nas empresas, sobretudo em matéria de recursos humanos, prende-se com a responsabilidade da formação, ou seja, se compete ao empregado ou ao empregador. A maioria dos empregados (55%) considera que se a empresa oferecer, melhor, embora considerem que a iniciativa deve ser do próprio empregado. Seguem-se os que consideram que a formação deve ocorrer no exercício da função (27%) e não necessariamente mediante formação complementar.

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Por seu lado, 18 % dos inquiridos considera que deve ser o empregado quem deve propor a formação, bem como financiá-la. A percentagem reduzida coincide com aqueles que indicaram ter elaborado um plano de carreira com o seu chefe (22%), em contraste com que não o fez.


No momento de escolher entre as diversas competências profissionais as que mais se gostaria de desenvolver, os entrevistados concentram-se em três questões claramente focadas no desenvolvimento profissional e pessoal: criatividade e mudança (23%), línguas (21%) e gestão (20%). Como pode essa formação ser realizada? A maioria dos entrevistados (65%) considera estar ligada ao bom desempenho, bem como à capacidade de manter uma comunicação fluída com os seus superiores, de forma a que entendam as aspirações dos empregados.

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Bernardo Sá Nogueira, Director-geral do Universia Portugal e do portal trabalhando.pt, salienta a importância deste estudo, “é importante que as empresas compreendam as expectativas dos seus colaboradores, de forma a criarem medidas de envolvimento e de satisfação laboral, o que terá repercussões imediatas na prosperidade das empresas e na economia do país”.


A nível global:
Participaram neste estudo 5.867 pessoas, de 10 países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Espanha, México, Peru, Portugal, Porto Rico e Uruguai. Entre os inquiridos portugueses, verifica-se que a presença feminina (64%) prevalece sobre a masculina (36%).

Quanto à idade, 73% tem mais de 27 anos, seguido de 25% entre 21 e 26 anos. O perfil da maioria dos entrevistados indica possuir um mestrado/pós-graduação/doutoramento (40%), seguido de universitários (31%).

Os dados revelados pelos portugueses são, na generalidade, semelhantes aos dos estudantes internacionais, embora a percentagem de inquiridos portugueses satisfeitos com a formação proporcionada pela empresa onde trabalha seja mais elevada (73%) do que a média dos restantes países (63%). Para além disso, relativamente as competências profissionais que mais gostariam de desenvolver, os portugueses salientam em primeiro lugar a criatividade e mudança (23%), enquanto os restantes países apontam a gestão como prioridade (21%).