A Inapa publicou os resultados do primeiro semestre de 2020, reportando um volume de negócios de 519,0 milhões de euros, registando um crescimento de 22,5% face ao período homólogo. As vendas de papel em toneladas tiveram um aumento de 34,3%, mostrando o impacto positivo da integração da Papyrus Deutschland adquirida com efeitos a 1 de agosto de 2019.

Nos primeiros seis meses de 2020, as vendas relacionadas com os negócios complementares de embalagem, comunicação visual e consumíveis de escritório registaram um decréscimo de 6% comparativamente com o primeiro semestre de 2019. A área de comunicação visual, diz a distribuidora, foi a mais penalizada devido ao adiamento generalizado de eventos e feiras, em consequência da pandemia da COVID-19.

Inapa camiao

“A partir de meados de Março, e com as medidas de confinamento dos vários países onde exercemos atividade, verificou-se uma queda muito acentuada do volume de negócios, com os países onde as regras foram mais estritas a serem mais penalizados (como França, Espanha, Portugal) do que outros onde houve menos restrições (como a Alemanha)”, comunica a Inapa.

O negócio das empresas de embalagem representou 37,6 milhões de euros de vendas, o que significa um decréscimo de cerca de 3% face a 2019. Em consequência da pandemia houve um melhor desempenho das vendas para os setores da saúde, agroalimentar e food processing e embalagens para o e-commerce ou caixas para transporte.

“O negócio da comunicação visual registou um volume de faturação de 17,5 milhões de euros, um decréscimo de cerca de 13% face a 2019. O cancelamento das grandes feiras da especialidade em conjugação com a incerteza quanto à evolução da atividade económica e a uma maior concorrência levaram a um decréscimo das vendas, nomeadamente no segmento do LFP (Large Format Printing) nas suas componentes de Hardware, Media e Inks. Os Serviços de apoio técnico também registaram um decréscimo de atividade”, lê-se no comunicado.

 

A situação na Europa

A partir de Março de 2020, altura crítica para o desenvolvimento da pandemia na Europa, a European Association of Graphic Paper Producers reportou uma quebra de 22,6% na venda de papel para artes gráficas e de escrita e impressão.

“Os papéis revestidos (coated woodfree) registaram um decréscimo de 28,0%, enquanto os papéis não revestidos (uncoated woodfree) apresentaram uma variação negativa de 18,0% relativamente ao período homólogo de 2019. Nos principais mercados onde a Inapa está presente (Alemanha, França, Espanha, Portugal e Bélgica) o volume total de vendas de papel caiu 20,7%”, refere o comunicado, sendo que só em Portugal essa descida foi de 26,4%, não incluindo as subfamílias de especialidades, cartolinas e autoadesivos, entre outras.

 

Os próximos meses

Apesar de toda a incerteza causada pela emergência de saúde mundial, o Grupo Inapa recorreu às várias ferramentas disponibilizadas pelo governo e pela banca, estimando que tem condições para enfrentar bem os próximos 12 meses.

“Estimamos que se manterá a tendência de recuperação progressiva a que temos assistido desde o início do segundo semestre. No entanto, subsiste ainda uma enorme incerteza quanto à evolução nos próximos meses, dependendo da intensidade de novos surtos com a aproximação do Inverno que poderão impedir um retorno à normalidade”, refere o grupo. Por isso, vão continuar a apostar na melhoria do mix de vendas, na adaptação do portfolio de produtos às necessidades dos clientes e na reorganização das áreas comerciais, além do desenvolvimento dos negócios complementares de embalagem e comunicação visual.