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São duas feiras que cobrem toda a cadeia de valor do sector têxtil, mas que, na verdade, funcionam como montras da inovação tecnológica aplicada às indústrias, direta ou indiretamente relacionadas com os têxteis, incluindo a impressão digital. Falamos da Techtextil e da Texprocess (14 a 17 de maio), apresentadas pela Messe Frankfurt, numa conferência de imprensa que decorreu no âmbito do MODtissimo, no Aeroporto Sá Carneiro.


O anfitrião do evento foi Manuel Serrão, CEO da Seletiva Moda e os oradores foram Michael Janecke (responsável pelas feiras de têxteis técnicos da Messe Frankfurt) e Veronika Marz (VDMA - Associação Alemã de Fabricantes de Máquinas e Instalações Industriais).

Manuel Serrao

Ao dar as boas vindas, Manuel Serrão afirmou que os dois certames têm funcionado como um farol para a Indústria Têxtil e Vestuário nacional (ITV), tendo sido fundamentais, sobretudo em momentos de crise, para ajudarem a escolher o caminho certo. “Apostar na cadeia de valor e em produtos cada vez mais inovadores, técnicos e funcionais”, realçou o responsável da Seletiva Moda.


Manuel Serrão sublinhou ainda a importância de, nas feiras, estar o pavilhão From Portugal, que facilita as estreias e primeiras participações das PMEs, que beneficiam “por exporem em conjunto com as empresas maiores e com mais experiência”.


Portugal estará representado com 25 expositores na Techtextil e três na Texprocess (menos dois que na última edição). O número total de expositores deverá, este ano, bater recordes, ultrapassando os 1789, de 66 países e 47 500 visitantes de 114 nações, de 2017.


Veronica Marz, da VDMA, salientou o facto do processo de “reshoring” da produção na Europa estar em curso, sublinhando, contudo, que é fundamental acompanhar as tendências deste movimento: micro-fábricas, impressão digital, produção sustentável e produtos sustentáveis, características da indústria 4.0, que integra também a inteligência artificial, big data, customização, automação, digitalização global da cadeia de valor e machine learning.  


Fazendo um retrato da próxima edição da Texprocess, Veronica Marz colocou a tónica no consumidor que quer “produtos individualizados, ciclos de moda mais curtos, e sustentabilidade; uma cadeia de fornecimento rastreável e transparente, produção e produtos sustentáveis”. Por isso, a indústria tem de estar mais próxima do consumidor e assumir maiores custos de distribuição, escassez de mão de obra e custos laborais crescentes. Automação/robotização e digitalização, desenvolvimento de produto 3D, redes de corte, handling e software, manutenção preventiva, realidade aumentada e novos modelos de negócio são algumas das soluções apontadas, e em destaque nas feiras, para enfrentar os novos desafios.

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Michael Janecke falou de números e resultados, referindo que a China lidera o “top ten” dos maiores fornecedores mundiais de equipamento para vestuário e costura, seguida pelo Japão e Alemanha. Portugal, por sua vez, tem como principal fornecedor de maquinaria têxtil a Alemanha.

A ligação de Portugal à tecnologia alemã é, pois, óbvia e, por isso mesmo, o director das feiras técnicas, Techtextil e Texprocess, apelou à participação nacional, num certame gigantesco onde estarão cinco micro-fábricas, onde decorrerão fóruns e apresentações de materiais e tecnologia sofisticada. Assim, segundo Michael Janecke, os visitantes devem investir pelo menos dois dias na feira e preparar a deslocação, agendando reuniões com a ajuda das informações disponíveis no site da Messe Frankfurt.

 

Por Margarida Almeida