Hoje, 16 de maio, sexta-feira, o Palácio da Justiça de Coimbra abre-se à comunidade para um dia especial de entrada gratuita, com um programa cultural diversificado que inclui exposições, teatro, apresentações de livros, conversas e visitas guiadas.
A iniciativa integra o projeto MANIF – residências artísticas nos espaços da Justiça, que pretende democratizar o acesso à cultura e promover novas formas de diálogo entre a arte, a justiça e a educação.
O dia começa com uma visita guiada ao tribunal, mediante inscrição prévia para o email
Ainda durante a manhã, serão apresentados dois livros de Paulo Guerra, Juiz Desembargador da Comarca de Coimbra: O que se passa na infância, não fica na infância — uma reflexão sobre a proteção das crianças — e A Estrela de Ava, dirigido ao público infantil e centrado no tema da adoção.
À tarde, terá lugar a apresentação do projeto MANIF, com exibição de um filme realizado por Carlos Tavares Pedro, seguida de uma visita guiada à exposição dos artistas residentes — Ânia Pais, Gil Ferrão, Mariana Bragada — e de trabalhos desenvolvidos com alunos da Escola da Pampilhosa da Serra e do Agrupamento de Escolas Rainha Santa Isabel, de Coimbra. A visita é conduzida por Filipa Morgado, diretora artística do projeto, e pelo atelier de arquitetura PARTO, que tem vindo a promover a mediação entre arte, arquitetura, escolas e o sistema judicial.
Segue-se uma mesa-redonda sobre práticas artísticas coletivas e prescrição cultural, com a participação de Mariana Mata Passos, diretora artística da associação Pó de Vir a Ser. O dia encerra com a inauguração da obra “Vistas do Mondego”, do artista Pedro Vaz, que passa a integrar a sala de audiências do Palácio da Justiça. A obra resulta de um percurso do artista ao longo do rio Mondego, entre Coimbra e a Serra da Estrela, em busca de paisagens pouco intervencionadas, captadas e interpretadas através da pintura.
A exposição MANIF continuará a circular: será inaugurada a 12 de junho no Edifício Multiusos da Pampilhosa da Serra, onde permanecerá até 11 de julho, e terá uma terceira apresentação em Lisboa, na Secretaria-Geral do Ministério da Justiça, entre 1 de outubro e 5 de novembro.
Arte e Justiça de mãos dadas
O projeto MANIF nasce do duplo significado da palavra “manifestação” — como expressão pública de ideias e como herança cultural imaterial — e propõe habitar os espaços da Justiça com arte, memória, questionamento e diálogo. Envolvendo tribunais, escolas e comunidades locais, e com curadoria do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), o projeto promove residências artísticas em edifícios públicos, explorando novas formas de encontro entre cidadãos, profissionais da Justiça e criadores.
Com direção artística de Filipa Morgado e apoio do Juiz Presidente da Comarca de Coimbra, Carlos Oliveira, o MANIF afirma-se como uma resposta às inquietações atuais sobre o lugar da Justiça na sociedade, procurando novos alicerces de encontro, participação e criação coletiva.