A 19 de outubro, a CAPITI – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Infantil vai realizar o leilão artístico solidário CAPITI “Art Mind”.

O objetivo é angariar fundos para apoiar crianças e jovens de famílias carenciadas com problemas de desenvolvimento e de comportamento. O evento vai ter lugar no Museu da Eletricidade (Sala dos Geradores), entre as 12h00 e as 20h00.

A iniciativa que coloca a arte ao serviço da Saúde Mental conta com a participação de 30 artistas que doaram as suas obras para integrar a exposição e o leilão solidário. Entre os artistas que aderiram à causa solidária, contam-se nomes como Alexandre Farto (Vhils), Ana Perez Quiroga, Diogo Pimentão, Duarte Amaral Neto, Fátima Mendonça, Fernão Cruz, Jorge Molder, Martim Brion, Noé Sendas, Pedro Valdez Cardoso, Sandra Rocha e Teresa Segurado Pavão.

A CAPITI  desafiou artistas a doarem uma obra, via Instagram, que foi avaliada posteriormente por um júri – João Pinharanda, Diretor Artístico do MAAT, João Pinto Ribeiro, CEO do Palácio do Correio Velho, e Mariana Saraiva, Presidente da CAPITI – que selecionou 10 obras que irão integrar o leilão solidário.

CAPITI Art Mind

No Museu da Eletricidade será possível ver todas as obras expostas e participar no leilão live online. A partir de 10 de outubro, será possível licitar as obras no site do Palácio do Correio Velho em www.pcv.pt. O encerramento da exposição acontece a 19 de outubro, pelas 21h30, e a licitação deve ser feita, também, em www.pcv.pt. Em 2022, a iniciativa permitiu a angariação de 51 250 euros com 27 peças de arte vendidas.

Fundada em 2017, a CAPITI vive de doações, tendo apoiado até ao momento um total de 379 crianças e jovens, através das 8 clínicas parceiras, a nível nacional, tornando possível a realização de 13 990 atos clínicos, que englobam consultas com médicos, psicólogos e outros técnicos, e avaliações para diagnóstico.

Foram acompanhadas 165 crianças e jovens de forma regular, sendo que mais de metade destas crianças e jovens residem fora do distrito de Lisboa. Quase 70% dos casos em acompanhamento de crianças e jovens pertencem aos escalões 0 e 1, ou seja, são provenientes de famílias com maiores dificuldades financeiras, onde a CAPITI apoia 90% ou 70% das suas consultas.

Mariana Saraiva, presidente da CAPITI, alerta para a insegurança e para a ansiedade que se vive nos dias de hoje: «são realidades muito preocupantes, não só em relação às crianças e jovens, como aos seus pais, que vivem uma condição muito frágil e desgastante há alguns anos. A realidade traz, naturalmente, sérias oscilações ao nível da saúde mental».

Ainda que com a pandemia e a guerra na Europa, a saúde mental tenha passado a estar na ordem do dia, a angariação de fundos para o apadrinhamento das crianças da CAPITI continuou a ser um desafio enorme, conforme explica a presente da Associação: «Continuamos a dar a conhecer a causa da CAPITI e a nossa realidade, no entanto, tantas outras associações estão no terreno com necessidades tão prementes como a nossa que é natural que os mecenas tenham de fazer escolhas. Ainda assim, apelamos a todos os portugueses para que, este ano, apoiem esta causa solidária e que se juntem a nós nesta importante missão.»

Segundo a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e de Saúde Mental, as perturbações mentais e do comportamento representam 11,8% da carga global das doenças em Portugal, ou seja, mais do que as doenças oncológicas (10,4%) e apenas ultrapassadas pelas doenças cérebro cardiovasculares 13,7%.

Portugal é o segundo país da Europa com a mais elevada prevalência de doenças psiquiátricas,

superior a 20%, sendo apenas ultrapassado pela Irlanda do Norte (23,1%). Entre as perturbações psiquiátricas, as perturbações de ansiedade são as que apresentam uma prevalência mais elevada (16,5%), seguidas pelas perturbações do humor com de 7,9%.