Women in Tech
 

Durante a Web Summit, a organização fez uma sondagem junto das oradoras, investidoras e participantes na conferência, para aferir a perspetiva sobre a participação das mulheres em profissões relacionadas com a tecnologia.
 
Os resultados mostram que as mulheres se sentem respeitadas, confiantes e empoderadas nos seus papéis, mas acham que os governos, locais de trabalho e até a sociedade em geral precisam progredir.
 
Entre os principais resultados, a sondagem mostra que os rácios entre os sexos estão mais equilibrados, embora existe um forte consenso em relação a um desequilíbrio nos papéis de liderança. 34% dos inquiridos acha que houve mais equilíbrio nos últimos 12 meses, 26% discordam da afirmação e outros 40% não têm a certeza. Quanto a melhorias na distribuição das posições de liderança, apenas 12% acha que sim.
 
A maioria das mulheres sente-se respeitada e confiante (74%), o que surge de um mix saudável entre posições ocupadas por profissionais do sexo masculino e do sexo feminino e de trabalharem para empresas com culturas empresariais saudáveis.
 
O truque é não pensar no que os outros pensam e apenas trabalha muito”, diz uma das inquiridas.  “Há muitas oportunidades de liderança na comunidade tecnológica e é mais uma questão de decidir persegui-las”, disse outra.
 
No entanto, 61% das mulheres ainda acha que tem que dar mais provas do seu valor do que os seus colegas do sexo masculino. 43% dizem que recebem o mesmo salário do que os colegas homens, 40% diz que não recebe o mesmo e 17% não têm a certeza. Quanto à justiça de pagamento entre sexos, 37% acredita que existe e 31% acredita no oposto.


A pressão para mostrar valor

 
O consenso geral é o de que as mulheres sentem mais pressão para mostrar o seu valor. “Os homens são julgados pelo potencial e as mulheres são julgadas pelas capacidades provadas”, disse uma das respondentes.
 
Outras responderam que ainda existe o preconceito de se considerar que os homens são mais competentes, e que as mulheres têm medo de ser consideradas demasiado emocionais ou agressivas quando é necessário dar opinião em vez de mostrar resultados.
 
Algumas dizem que é necessário provar que são um investimento valioso para as empresas, especialmente se pensam na maternidade. Apesar disso, 50% diz que já não sente que precisa escolher entre o trabalho e a família.
 
Cerca de 49% acha que as suas empresas estão a fazer o suficiente pela igualdade de género, mas apenas 16% acredita que os seus governos também o fazem. Quando questionadas sobre o que os governos podem fazer, referiram a introdução de leis que proíbem a discriminação de género como uma igual licença de paternidade para o pai e para a mãe, a melhoria do sistema educativo e melhorar as quotas no geral.