Em Portugal, apenas 10% das empresas planeiam desenvolver planos de contingência para minimizar o impacto de uma deterioração repentina da conjuntura económica.

A conclusão é do mais recente Estudo de Gestão de Risco de Crédito em Portugal, promovido pela Crédito y Caución e pela Iberinform, que identifica fragilidades na forma como as organizações gerem o risco comercial.

O inquérito, realizado a cerca de 250 gestores, indica que 20% das empresas não têm qualquer tipo de estratégia definida para enfrentar um cenário económico adverso, o que aumenta a exposição a riscos financeiros. Outros 23% afirmam ter apenas medidas básicas preparadas e 27% dizem desenvolver ações específicas para mitigar efeitos negativos na economia.

Segundo os autores do estudo, a implementação de medidas preventivas pode reduzir o risco financeiro entre 30% e 70%, consoante o setor de atividade, a dimensão da empresa e o grau de aplicação das práticas de gestão de risco.

O relatório destaca ainda o papel potencial da Inteligência Artificial na antecipação de cenários como quebras de receitas ou incumprimentos. A IA permite analisar grandes volumes de dados históricos e em tempo real, tornando mais ágil a resposta a eventos económicos inesperados.

No entanto, a edição de outono do estudo revela uma baixa adoção destas ferramentas: apenas 5% das mais de 300 empresas consultadas afirmam utilizar IA nos processos de avaliação de risco de crédito, enquanto 82% dizem não considerar o uso desta tecnologia.