“Os Poderes da Imagem” é o nome da exposição que comemora os 40 anos de existência do Centro Português de Serigrafia (CPS).
A inauguração da exposição ocorreu a 24 de julho no nº 36 da Rua Barata Salgueiro, em Lisboa, na sede da Sociedade Nacional de Belas-Artes.
A mostra vai estar patente até 30 de agosto de 2025 e procura celebrar o percurso de uma das mais relevantes instituições de promoção da obra gráfica contemporânea em Portugal e a nível internacional. Está disponível uma coleção de 40 obras que evocam a diversidade técnica, estilística e geracional da história do CPS. Estão presentes obras que abrangem pintura, gravura, fotografia, arte urbana, intervenção digital e experiências inovadoras, como a primeira serigrafia com realidade aumentada, de Leonel Moura, e a primeira obra tridimensional editada pelo CPS, de Marisa Ferreira.
Os visitantes podem encontrar obras de nomes como Júlio Pomar, José de Guimarães, Pedro Cabrita Reis, Sofia Areal, ORLAN, Vhils, Pantonio, figuras ligadas ao surrealismo português e à arte urbana contemporânea, além de peças pioneiras como a primeira serigrafia com realidade aumentada de Leonel Moura e a primeira obra tridimensional editada pelo CPS.
A exposição baseia-se em três pilares temáticos definidos pela crítica de arte Maria João Fernandes: O Poder da Natureza, O Poder dos Meios Plásticos e O Poder da Linguagem. Maria João Fernandes inspira-se no crítico francês René Huyghe, cujo ensaio “Os Poderes da Imagem” serve de mote para a reflexão sobre a centralidade e o impacto da obra gráfica no universo artístico contemporâneo.
Maria João Fernandes afirma que “uma concisa e emblemática formulação do eminente crítico francês René Huyghe (1906-1997) sobre a arte, em Os Poderes da Imagem, é hoje o motivo condutor da exposição que retoma este título, dos 40 anos do Centro Português de Serigrafia. A mostra que reúne 40 trabalhos é antes de mais uma celebração da obra gráfica de grande e nobre tradição nas artes plásticas. O esquema proposto, não significa, no entanto, que as três vertentes em causa: a Natureza, os Meios Plásticos, o Artista/a Linguagem/o Estilo, se apresentem em compartimentos estanques, mas pelo contrário, num sistema de vasos comunicantes. Trata-se afinal de um convite, no espaço de tão grandes tradições da Sociedade Nacional de Belas Artes, à redescoberta da arte, instrumento de um conhecimento inesgotável.”
“Esta exposição é mais do que uma celebração de um legado. É um gesto de continuidade, entre a memória construída e a criação por vir”.
João Prates, diretor do CPS
A exposição convida o público a redescobrir a arte enquanto instrumento de conhecimento e transformação, numa mostra que evidencia não só o acervo do CPS como também o seu papel de ponte entre artistas e comunidade.
Fundado em 1985 por António Prates, o CPS produziu mais de 3.000 edições de cerca de 700 artistas de 25 nacionalidades, tornando-se uma referência a nível da Península Ibérica na obra gráfica original. A instituição articula atelier próprio, edições certificadas e projetos expositivos que chegaram a museus nacionais.
Por Bruno Dias