Um novo estudo da Quocirca, divulgado a 9 de julho em Londres, alerta para o aumento das vulnerabilidades de segurança em organizações que utilizam parques de impressão multivendor em comparação com aquelas que operam com um único fornecedor.

O relatório Print Security Landscape 2025 conclui que a complexidade associada à gestão de diferentes marcas de equipamentos está a expor mais empresas a falhas de segurança, num contexto marcado pelo crescimento das ameaças ligadas à inteligência artificial (IA) e à futura computação quântica.

Segundo a investigação, as quebras de segurança relacionadas com impressão custam em média 937 mil libras às empresas com parques multivendor, contra 630 mil libras em infraestruturas normalizadas. Além disso, estas organizações registam quase o dobro de casos de interrupção de negócio por incidentes de impressão.

As preocupações com a exposição de documentos sensíveis também diferem: mais de um terço dos decisores de TI com parques mistos referem este risco, comparando com apenas 19% entre os que operam com um único fornecedor. Quando questionados sobre ameaças de IA, 49% dos responsáveis com parques multivendor consideram “muito importante” que os fornecedores garantam proteção contra este tipo de ataques, face a 28% dos que utilizam sistemas uniformizados.

“As fraquezas de segurança em ambientes multivendor já tinham sido identificadas em estudos anteriores e este ano o fosso está a aumentar”, explica Louella Fernandes, CEO da Quocirca. “A integração de equipamentos legados com plataformas de gestão centralizada é difícil e a manutenção de atualizações torna-se um encargo adicional. As organizações com parques mistos precisam de dedicar mais recursos e devem considerar soluções específicas para esta realidade.”

Orçamentos de segurança em crescimento

Mais de metade das organizações inquiridas (56%) reportaram pelo menos uma perda de dados associada à impressão no último ano. Como resposta, os decisores de TI planeiam aumentar o investimento em segurança de impressão em 13% em média em 2026, percentagem que sobe para 16% entre empresas com parques multivendor. Entre as prioridades estão a segurança da impressão doméstica, a prevenção de impressões não autorizadas e a identificação de vulnerabilidades na infraestrutura de impressão.

O estudo mostra ainda uma perceção crescente sobre os riscos e oportunidades da IA: 41% dos inquiridos acreditam que é importante os fornecedores usarem IA e machine learning para detetar e gerir riscos, mas 40% receiam que a tecnologia venha a ser usada para atacar a infraestrutura de impressão. Já dois terços consideram relevante que os fabricantes desenvolvam equipamentos resistentes à computação quântica, esperando adotá-los no futuro.

Autenticação fragmentada dificulta gestão

Apesar da disponibilidade de soluções avançadas de autenticação, muitas organizações continuam a usar uma combinação dispersa de métodos: 47% recorrem a autenticação Windows ou a PINs em dispositivos, 38% utilizam biometria, 37% autenticação móvel e apenas 34% cartões de proximidade. Esta abordagem fragmentada aumenta a complexidade na gestão de acessos e na resposta a incidentes.

Integrar a autenticação da impressão num quadro central de gestão de identidades e acessos é essencial”, defende Fernandes. “Uma abordagem unificada melhora a postura de segurança, a experiência do utilizador e a eficiência da administração de TI. É também uma oportunidade para os fornecedores de serviços de impressão se posicionarem como consultores estratégicos nesta área.”

O relatório inclui ainda uma análise às soluções de segurança oferecidas por Brother, Canon, Epson, HP, Katun, Konica Minolta, Lexmark, Ricoh, Sharp, Toshiba e Xerox, bem como às propostas de ISVs como MPS Monitor e Symphion.

O que significa “multivendor”?

No setor da impressão, um parque multivendor é aquele em que a frota de impressoras e multifunções combina equipamentos de diferentes fabricantes. Por exemplo, uma empresa pode ter máquinas Canon, HP e Ricoh a operar em simultâneo.

Este modelo oferece maior flexibilidade na escolha de soluções e pode reduzir custos de aquisição, mas implica desafios acrescidos na gestão e na segurança, uma vez que cada marca adota políticas próprias de software, atualizações e autenticação.

Já um parque single vendor é composto apenas por equipamentos de um único fabricante. Apesar de menos flexível em termos de escolha, facilita a integração, uniformiza a gestão e tende a garantir maior consistência nos níveis de suporte e proteção de dados.

Konica Minolta na liderança

A Quocirca destaca a Konica Minolta pelo portefólio de autenticação avançada, pelas soluções de entrega segura de firmware e pelas plataformas em cloud, que a consolidam como parceira estratégica para a transformação digital segura, sobretudo nas pequenas e médias empresas.

Entre as soluções apontadas estão as multifuncionais bizhub i-Series, a plataforma Shield Guard e o bizhub SECURE, que incorporam sistemas de aprendizagem automática para deteção acelerada de ameaças e integração com plataformas SIEM, otimizando a prevenção de ataques e a resposta a incidentes.

“A Quocirca sublinha a segurança de impressão como parte integrante da estratégia de cibersegurança de qualquer organização. Num contexto em que o volume e o custo das violações de dados se mantêm elevados e a inteligência artificial representa novos tipos de ameaças, ser distinguidos pelo quarto ano consecutivo como empresa líder de segurança de impressão vem reafirmar o compromisso em expandir a nossa oferta e aconselhamento para que as empresas trabalhem de forma mais produtiva, segura e preparada para dar resposta aos desafios do futuro”, afirma Pedro Monteiro, Deputy Managing Director da Konica Minolta Portugal.

O estudo evidencia ainda a robustez das soluções de autenticação multifator da Konica Minolta, incluindo smartcards e gestão centralizada de políticas de acesso, que asseguram libertação segura de impressões e conformidade com normas de proteção de dados.

No contexto de trabalho híbrido, a Quocirca realça a experiência contínua e segura garantida por plataformas como a Workplace Pure, que assegura fluxos documentais fiáveis, e pelo Shield Guard, que oferece monitorização integral dos dispositivos, correção automática de políticas e gestão avançada de palavras-passe.